1- Época do plantio
A melhor época é no inicio das primeiras chuvas da temporada, geralmente Setembro a Outubro, quando a terra já estiver molhada em profundidade.
Plantar mudas já formadas, com pelo menos 20 cm de altura.
2- Adubação
Usamos para adubação o mesmo processo que utilizamos para formação de pomares ou culturas homogêneas. Verificar acidez do solo e corrigi-la, adubar no plantio e uma vez ao ano, antes das chuvas, até que as mudas estejam em torno de dois metros de altura.
A utilização de matéria orgânica no plantio é muito benéfica. Forrar o fundo da cova com restos de folhas e galhos recolhidos no local. Alem de prover nutrientes, ajuda a conservar a umidade do solo no período inicial.
Cuidado para que as raízes da muda nunca estejam em contato, no plantio, com o adubo químico.
3- Mata ou bosque
Um bosque é um conjunto de arvores plantadas uniformemente em linha, com bom espaçamento, e sem existência de outra vegetação a não ser algum gramado ou flores baixas.
Uma mata nativa é um conjunto de espécies vegetais em plena concorrência pela sobrevivência, com um rico sub-bosque, pasasitas, invasoras, arvores em disposição irregular, em geral muito próximas umas das outras, serrapilheira (conjunto de cobertura morta do solo) rica e densa.
Em uma recuperação de mata não queremos nada parecido com bosque, portanto o plantio deve ser irregular, mantendo-se ao máximo a vegetação existente (mato).
4- Cuidados com o mato
A existência de mato, vegetação rasteira ou arbustiva original do local, em geral invasora e agressiva, por um lado ajuda a manter a fertilidade do solo, conter erosão e diminuir o ataque das formigas.
Por outro lado ela pode abafar as mudas plantadas e matá-las. Portanto no plantio deve-se deixar um espaço limpo em volta das mudas, e fazer capina de coroamento umas duas vezes por ano, até que a muda se sobressaia da vegetação rasteira, já com uns dois metros de altura.
5- Formigas
As formigas, gafanhotos e grilos são grandes inimigos do reflorestamento, e podem reduzir um projeto a quase zero em pouco tempo.
Deve-se ter em mente que as formigas são agressivas na medida em que o ambiente for desequilibrado. Em uma mata nativa formada vemos grandes formigueiros e carreiras de saúvas, sem detectar prejuízos visíveis às árvores.
Entretanto, em uma área degradada as formigas são extremamente agressivas. Deve-se combate-las com métodos tradicionais (iscas, fumigação) para manter o controle. À medida que as mudas forem crescendo e formando-se um rico sub-bosque, o eco-sistema se encarregará de contê-las.
6- Queimadas
Com certeza um dos principais inimigos.
Manter aceiros em volta do reflorestamento, assim como manter o coroamento das mudas.
7- Podas
À medida que as mudas vão crescendo, diminui-se o desbaste do mato e o consorcio de plantas vai se formando. Neste momento é importante a ação do homem para ajudar a regular a concorrência natural. Observando quais as espécies se tem mais interesse, ou quais estão sendo abafadas, vai-se fazendo desbastes, podas, ou mesmo corte total de algumas. Neste ponto vale a sensibilidade e a vista dos objetivos que se pretende.
O material resultante de podas e cortes é matéria orgânica preciosa. Deve ser deixado no local para fertilizar, umedecer e proteger o solo.
Existem teorias, como a permacultura, que valorizam muito a poda, mesmo de nativas, por estes benefícios e também por arejar a arvore e eliminar envio de seiva para ramos sem chance de crescimento.
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